 Por maior que pareça ser o  universo, Klaus sentia-se preso. Seu loft de 300 m2 era  dividido por móveis baixos, detalhes na decoração e tapetes lisos, mas isso não era suficiente para o seu conforto. “Quem inventou portas de banheiro?”  – perguntava entre tetos retráteis e carros conversíveis - aliás,  se não fosse conversível preferia andar à pé. Não sabia o porquê  desse sentimento, e nesse momento, odiava-se por manter a dúvida  presa em si - talvez as dúvidas sentissem o mesmo que ele...
Por maior que pareça ser o  universo, Klaus sentia-se preso. Seu loft de 300 m2 era  dividido por móveis baixos, detalhes na decoração e tapetes lisos, mas isso não era suficiente para o seu conforto. “Quem inventou portas de banheiro?”  – perguntava entre tetos retráteis e carros conversíveis - aliás,  se não fosse conversível preferia andar à pé. Não sabia o porquê  desse sentimento, e nesse momento, odiava-se por manter a dúvida  presa em si - talvez as dúvidas sentissem o mesmo que ele... E de tanto assim pensar, pensou estar preso em suas próprias idéias. A lua presa na noite, a noite presa entre dias, os dias presos no tempo, o tempo preso nas horas. Ninguém mais agüentava Klaus, o claustrofóbico. Foi ao bar e abriu a primeira garrafa de whisky da noite. Imediatamente concluiu que não podia deixar todo aquele líquido preso dentro da garrafa... e, pensando nisso e nas outras garrafas do bar, passou a esvaziá-las uma atrás da outra. Ufa!
Completamente bêbado, com a barriga estufada, pensou em todo aquele líquido preso dentro dele e tonteou. Tonteou uoetnot e vomitou... e vomitou como nunca. E de tanto vomitar, vomitou até virar do avesso. Finalmente saíra de dentro de si mesmo - Klaus agora estava livre. Ah! se ele soubesse disso antes.