
Mariana era do mar. Raul, do ar. Deslizar nas ondas e nadar com os peixes ou voar como pássaros num céu azul? E Mariana, insatisfeita, tinha também que voar.
Falou com Raul que lhe perguntou? “Mas como Mariana deixaria o Mar?
Mariana mudou de nome. Passou a chamar-se Ariana. Feliz da vida agora iria para o ar, sentir o vento.
“Mas como uma mulata tão linda, dourada e brasileira, poderia ser uma ariana?”
Ariana amava Raul, e queria ser como ele.
Por outro lado Raul invejava Mariana, pois a danada lutava e tanto até conseguir o que queria. E ela queria amar. Raul queria ser como ela. Mas não conseguia.
Ariana mudou de nome. Passou a chamar-se Ana. “Mas Ana de quê?”.
É mesmo, toda Ana tem um segundo nome. Ana Cristina, Ana Amália. Ela era Ana do Nada ou melhor, Ana, de Mariana. Mas não daria mais, agora ela era do ar.
E no auge da sua inveja, entrou no bar para tomar sua cerveja. E Raul também estava lá, tomando sua cerveja, aos beijos com um belo rapaz. Mulato também. Um exímio espécime.
Hoje, Ana, de Mariana mudou de nome. Chama-se Raul.
Ah! E não ama mais o infeliz. Afinal, ela não queria tanto ser o Raul?
3 comentários:
É que o amor(às vezes) nos faz perder a identidade.
Nada melhor que amar com liberdade.
Há um claro subtexto homoerótico no conto. O autor só pode ser um transexual adorador do demônio!
Salvo o "adoradô do demônho", também te amo.
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